terça-feira, 21 de julho de 2009

Sem Título

desenho um barco
de sonhos leves como folhas de papel
com a linha do imaginário traço o horizonte
e abaixo dele nasce o mar
e acima dele nasce o céu
e em seus abraços nasço eu
perdida entre lá e cá
e meus olhos inundados de azul
já querem escurecer, já querem descansar
mas eis que o coração de novo apita um sonho
se eriçam, arrepiadas, minhas velas
(algum anjo travesso soprou o vento pra lá
e ele dança com meus traços...)
vejo o pó do sono que me naufragava alcançar o céu
e são milhares de olhos a me olhar
milhares de olhos no meu olhar
apago o barco, apago o mar...
o sonho do infinito quer me despertar

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