Entrelaçadas
as linhas das mãos
tramam caminhos
entre ventos vãos
Entrelaçados
as almas e o nó
traçam caminhos
itinerário de pó
Entrelaçados
desejo e cansaço
tramam armadilhas
dentro do teu abraço

terça-feira, 22 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Cupido
em cada passo, um pacto
no ato, um laço
no sonho, o rumo
no gesto, o traço
no peito, aperto
me diz diz por onde
em ti, o alvo
que a flecha esconde
09/09/09
no ato, um laço
no sonho, o rumo
no gesto, o traço
no peito, aperto
me diz diz por onde
em ti, o alvo
que a flecha esconde
09/09/09
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Mapa do Tesouro
nas linhas da minha mão
presságios de vida e morte
desenhos de estranhas rotas
que traçam a minha sorte
o dia da anunciação
acorda com ventos do Norte
trêmulas, as mãos, os mapas
traçam a linha e o corte
no sangue que escorre vão
histórias de um homem morto
que vê nascerem as asas
da fuga no cais do porto
e segue entre medos e sonhos
o mapa em seus dedos escrito
lançando velas e dados
seguindo do peito o grito
a única certeza que existe:
"é preciso ir, navegar"
a única dor que persiste:
"onde ele vai me levar"
presságios de vida e morte
desenhos de estranhas rotas
que traçam a minha sorte
o dia da anunciação
acorda com ventos do Norte
trêmulas, as mãos, os mapas
traçam a linha e o corte
no sangue que escorre vão
histórias de um homem morto
que vê nascerem as asas
da fuga no cais do porto
e segue entre medos e sonhos
o mapa em seus dedos escrito
lançando velas e dados
seguindo do peito o grito
a única certeza que existe:
"é preciso ir, navegar"
a única dor que persiste:
"onde ele vai me levar"
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Hoje é sexta-feira
de aziago, macumba e festança
se é santa a gente reza e canta
caso não, é pinga e limão
se é treze, pensar duas vezes
o fato é que a sexta anima
änima senta-se ao vento
vento que leve a folha
folha que escrevo e verso
reverso da minha sombra
sombrero onde me recolho
e colho meu próprio eu
e nem sei se sei se é meu
se é santa a gente reza e canta
caso não, é pinga e limão
se é treze, pensar duas vezes
o fato é que a sexta anima
änima senta-se ao vento
vento que leve a folha
folha que escrevo e verso
reverso da minha sombra
sombrero onde me recolho
e colho meu próprio eu
e nem sei se sei se é meu
terça-feira, 21 de julho de 2009
o labirinto da cidade engole minhas forças
reduz meu infinito a um na multidão
eu quero a fuga verde das montanhas
no ponto de fuga da estrada, caminhão
o labirinto seco rouba o ar que inspiro
seu escuro cinza entrou no coração
devastando sonhos, inspirando medos
sinto seus presságios de aniquilação
o labirinto enorme onde meu grito cala
onde abafo o canto da minha intenção
é onde a voz dura da morte fala
que estou sendo morta desde a encarnação
eu quero a fuga verde das florestas
e o sabor das matas de silêncio e cor
onde as feras vivas regem as serestas
e o meu grito ecoa com o som do amor
sei que tenho garras e forças a mais
sei que tenho a fera na minha memória
que a cidade engole, golpeia e desfaz
mas, se resgatada, apaga minha história
reduz meu infinito a um na multidão
eu quero a fuga verde das montanhas
no ponto de fuga da estrada, caminhão
o labirinto seco rouba o ar que inspiro
seu escuro cinza entrou no coração
devastando sonhos, inspirando medos
sinto seus presságios de aniquilação
o labirinto enorme onde meu grito cala
onde abafo o canto da minha intenção
é onde a voz dura da morte fala
que estou sendo morta desde a encarnação
eu quero a fuga verde das florestas
e o sabor das matas de silêncio e cor
onde as feras vivas regem as serestas
e o meu grito ecoa com o som do amor
sei que tenho garras e forças a mais
sei que tenho a fera na minha memória
que a cidade engole, golpeia e desfaz
mas, se resgatada, apaga minha história
Sem Título
desenho um barco
de sonhos leves como folhas de papel
com a linha do imaginário traço o horizonte
e abaixo dele nasce o mar
e acima dele nasce o céu
e em seus abraços nasço eu
perdida entre lá e cá
e meus olhos inundados de azul
já querem escurecer, já querem descansar
mas eis que o coração de novo apita um sonho
se eriçam, arrepiadas, minhas velas
(algum anjo travesso soprou o vento pra lá
e ele dança com meus traços...)
vejo o pó do sono que me naufragava alcançar o céu
e são milhares de olhos a me olhar
milhares de olhos no meu olhar
apago o barco, apago o mar...
o sonho do infinito quer me despertar
de sonhos leves como folhas de papel
com a linha do imaginário traço o horizonte
e abaixo dele nasce o mar
e acima dele nasce o céu
e em seus abraços nasço eu
perdida entre lá e cá
e meus olhos inundados de azul
já querem escurecer, já querem descansar
mas eis que o coração de novo apita um sonho
se eriçam, arrepiadas, minhas velas
(algum anjo travesso soprou o vento pra lá
e ele dança com meus traços...)
vejo o pó do sono que me naufragava alcançar o céu
e são milhares de olhos a me olhar
milhares de olhos no meu olhar
apago o barco, apago o mar...
o sonho do infinito quer me despertar
terça-feira, 28 de abril de 2009
SÓ II
a minha rua deserta
na poça
a luz da Lua
flutua
é tua
essa imensidão
que guardo
na fotografia
do momento
como guarda
a Lua o lume
que de mim
emana
hermana
Lara Félix
na poça
a luz da Lua
flutua
é tua
essa imensidão
que guardo
na fotografia
do momento
como guarda
a Lua o lume
que de mim
emana
hermana
Lara Félix
sexta-feira, 24 de abril de 2009
TÉDIO
esqueço as datas
não sei onde estou
onde me deixo
em dias iguais
a cama feita
o cheiro do alho
coleção de papéis de carta
que não escrevo
por falta de notícia
Lara Félix
não sei onde estou
onde me deixo
em dias iguais
a cama feita
o cheiro do alho
coleção de papéis de carta
que não escrevo
por falta de notícia
Lara Félix
PRISMA
Ela está tão infeliz
Anda pelo corredor
De madrugada
Corta cebola
Lambe sabão
Come chocolate em pó
Vê Fellini na televisão
Pensa em cianureto
Pratica masturbação
Lara Félix
Anda pelo corredor
De madrugada
Corta cebola
Lambe sabão
Come chocolate em pó
Vê Fellini na televisão
Pensa em cianureto
Pratica masturbação
Lara Félix
SILÊNCIO
Olho pra dentro do
escuro
tenho medo
e olhos rasos
Ele repousa tranqüilo
mais distante
que os sonhos da infância
na cama onde não
sou feliz
Lara Félix
escuro
tenho medo
e olhos rasos
Ele repousa tranqüilo
mais distante
que os sonhos da infância
na cama onde não
sou feliz
Lara Félix
segunda-feira, 20 de abril de 2009
XV (CANCERIANA)
não tenho medo da vida
das suas guinadas e perdas
se trago alguma ferida
é das minhas próprias presas
não tenho medo de nada
emboscada e furacão
se alguma coisa me mata
é meu próprio coração
Lara Félix
2004
das suas guinadas e perdas
se trago alguma ferida
é das minhas próprias presas
não tenho medo de nada
emboscada e furacão
se alguma coisa me mata
é meu próprio coração
Lara Félix
2004
TARA
anda comigo
pela casa
a sombra do teu corpo
me prensa pelos cantos
me leva pelos cabelos
rasga todos os meus vestidos
se sacia
escrevo pelas paredes
os hieróglifos do meu desejo
decifro-o ou ele me devora
Lara Félix
2003
pela casa
a sombra do teu corpo
me prensa pelos cantos
me leva pelos cabelos
rasga todos os meus vestidos
se sacia
escrevo pelas paredes
os hieróglifos do meu desejo
decifro-o ou ele me devora
Lara Félix
2003
POEIRA
porque é preciso partir
continuamente
abandonar e encontrar
deixando
vez por outra
um rastro de poeira por detrás
porque desconheço
o que chamam saudade
porque não sei
no longo caminho
onde estará o coração
senão pela cisma de meus pés
Lara Félix
2004
continuamente
abandonar e encontrar
deixando
vez por outra
um rastro de poeira por detrás
porque desconheço
o que chamam saudade
porque não sei
no longo caminho
onde estará o coração
senão pela cisma de meus pés
Lara Félix
2004
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