quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

EU

Da treva profunda dentro do meu ser
Vejo luminosa sombra a alvorescer
E como no espelho alvo do assombro
Identifico ao mirar, por sobre o ombro
O meu próprio eu dentro de um outro ser

E esta criatura estranha que me habita
De similaridade quase infinita
Sou eu, um outro eu, com outra poesia
E, olhando a mim mesma, numa análise fria
Uma idéia se fixa, faz meu corpo estremecer

Esse outro ser que vive em mim é tão diverso
Que viver o que for me parece perverso:
Não sei qual, de mim, sou eu à vera
E em cada alvorescer de primavera
Jamais saberei se sou eu mesma a viver.

(Serei espectadora do meu próprio ser?)

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