quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

XXV

Quem é esse que caminha
Soberano e estrangeiro
Feito rei exilado pelos meus sonhos

Quem é esse que marca meu corpo
E circula em meu desejo
Com a embriaguez da poesia

Quem é esse que me assombra
Fantasma e exorcista
Rondando minha noite vazia

Quem é esse que me invade
Posseiro da minha alma
Domador dos meus sentidos

Quem é esse que me falta
Mais que a água ao deserto
Contorcendo minhas vísceras de ausência

Quem é esse que sopra
A vida em minhas narinas
Feito um deus que me ordenasse respirar

Quem é esse estranho que tanto sei
Dentro de mim
Feito a parte que faltava à minha integridade

Quem é esse que antes de eu nascer
Já me tinha cativa
Selada para ele onde quer que eu fosse

Quem é esse fragmento
De eternidade
Onde me completo e me desfaço

Quem é ele

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