quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

XVIII

A morte que se teme é uma quimera
E se não fosse seria um presente
Eternizaria a todas as criaturas
Com a solenidade do seu momento
Com a sua presença inevitável
Mas esta morte não existe
Existe uma outra morte, essa sim
Fria e estática como geleira
Dura e imutável como o tempo
A morte
É o escudo de amargura
Com que o doce se traveste
É o silêncio indiferente
Do que transborda
É a vontade sufocada
Pelas mãos do medo
É o esquecimento absoluto
Por parte daquele a quem se ama
É a espera de uma vida inteira
Pelo que chegou quando nascemos

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